quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Enjôoo, sono, choradeira, stress, tudo isso estava acontecendo comigo, fazendo com que eu me sentisse mal durante alguns dias, atribui a diversos problemas, biológicos ou psicológicos quando depois de muito tempo descobri que não tinha nada a ver. Eram sintomas de gravidez. Como é possível, um ser humano dotado de um cérebro, confundir gravidez com stress? Só alguém totalmente desligada faria isso. Justamente eu, com uma invejável consciência corporal, fazer essa confusão? Depois de muitos dias passando mal, resolvi olhar minhas anotações e percebi um atraso de sete dias de uma sujeitinha que mensalmente vem me visitar, foi aí que caiu a ficha, GRAVIDEZ, depois de um teste aqui outro ali, descobri que estava com 5 semanas de gestação. Desespero, choro, medo, ansiedade uma mistura de sensações que não permitiam que me considerasse nessa condição. Enquanto eu chorava, e o Paulo, perdia o psicológico, todas as outras pessoas estavam radiantes com a notícia, nunca imaginei que meu bebê fosse provocar tanta euforia, ainda bem, melhor assim, antes alegria do que tristeza. E então já se passaram nove semanas que estou com uma criaturinha dentro de mim que a cada dia cresce. Nunca imaginei que depois do caos eu começaria a adorar essa história de ser mãe. Tenho ouvido muitos conselhos por aí assim como "ah você vai ver, é uma sensação maravilhosa", "é uma experiência incrível", "aproveite para dormir agora" e registro todos os comentários para comprovar se esse momento vai ser inesquecível mesmo. Agora tenho seguido o script de uma verdadeira grávida, e toda gestante que se preze comete o pecado da gula. Muita fome, muito enjôo, água na boca quando dá vontade de comer algo e os sentidos estão mais aguçados do que nunca.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

maternidade

Sublime estado de maternidade
Sensação única ao vivente
Sentimento e sensibilidade
Sentir alma ligada a uma semente

Atender um simples chamado
Amorosamente dizer “sim”
Amigavelmente dizer “estou ao seu lado”
Agora filho(a) pode dormir”

Mirar nos olhos do pequeno
Multiplicar o brilho por um milhão
Manter o sorriso no rosto
Mãe é sobreviver a esta emoção


Incrível contentamento
Indescritível sentir
Inexplicável sentimento
Incomparável existir


Razão substituída pela emoção
Riso, lagrima e riso,riso,riso
Raramente vai dizer não
Reinara o sim para o filho


As vésperas da chegada de uma nova vida
A poucos instantes da eterna contemplação
Amor, carinho e noites mal dormidas
Agora tu es mãe por vocação


Para a mais nova mamãe !

Fui presenteada com esse lindo poema pelo Jamaica

domingo, 7 de outubro de 2007

Se tem uma coisa que anda me incomodando é a glamurização das cachorras, não sei se é dor de cotovelo e se devo considerar um assunto tão importante para eu usar meu tempo e meus neurônios, mas uso. Ultimamente são tantos os movimentos sociais que protestam contra algo. Em São Paulo o movimento Cansei, juntou a alta sociedde paulista num protesto contra a violência, entre este e tantos outros penso que talvez deva-se criar o o "transei e me dei bem", movimento que reunirá as cachorras do Brasil, as que deram, as que não deram, "ainda", mas que de qualquer forma estão se dando bem . Deu pro astro do rock, virou senhora respeitada e ganha programa de tv, dá pro senador e vai pra playboy, ou sai na playboy e vira comentarista de esporte, atriz o apresentadora de programa de celebridade. Tudo bem, dá pra quem quiser, mas a glamourização e banalização da mulher frente a estas atitudes me incomoda, principalmente quanto vejo garotinhas sonhando com a tão desejada fama, ser modelo, ou atriz, ou simplesmente uma BBB, porque não se pode sonhar em ser uma médica, uma advogada, professora, psicóloga, ou qualque outra coisa. Zapeando com o controle da TV esses dias vi um programa promovido por uma agência de modelo, tanta gente feia que pensei que modelos eram aqueles? Não querendo ser preconceituosa, mas acho que não escapo dessa atitude, aqueles meninos e meninas não tinham nada a ver com o que vemos nas revistas, será que não tem espelho em casa? me pergunto. Porém, esses seres nada mais são que produtos de um mundo que cada vez mais exige embalagem e não conteúdo, estão querendo provado que é esse o caminho do sucesso, é o exemplo que temos aí na TV, nas revistas. Quando vejos menininhas desfilando como a Gisele B.ou participando de concursos de modelo fico em depressão, o que esses pais tem na cabeça? suspeito que seja um sonho frustrado que esperam realizar através dos filhos, e quanto as crianças, imagino que serão as cachorras do futuro. Espero que não, a ficha há de cair a tempo.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Sei que não quero comer muito, mas .... como, uma pequena extravagância não tem problema e assim penso durante os 7 dias da semana

sei que tenho que estudar mais, faço francês a 10 meses, e agora caí na real que não sei um terço do que deveria

sei que tenho que fazer minha monografia... daqui um mês tenho que entregar ainda nem tive orientação

sei que quero viajar, mas tenho que economizar... todo mês minha conta chega no vermelho... são várias necessidades básicas a serem supridas ... roupa, salão, sapatos, bolsas. Ô mer.. de mundo capitalista

filosofia barata: a vida é um eterno vir a saber e não fazer

domingo, 16 de setembro de 2007



Um lugar deve existir
Uma espécie de bazar
Onde os sonhos extraviados
Vão parar
Entre escadas que fogem dos pés
E relógios que rodam pra trás
Se eu pudesse encontrar não voltava jamais

terça-feira, 11 de setembro de 2007

domingo, 2 de setembro de 2007

Parada da diversidade 2007

Parada da diversidade reúne 25 mil contra o preconceito e a violência...


Essa foi a manchete no site da gazeta do povo, algumas horas depois da parada. Participando da parada percebi que Curitiba está ficando menos preconceituosa, em 1995, a primeira, reuniu 200 pessoas, e em 2007 25 mil estiveram reunidas. Este ano o tema foi "Pela criminalização da homofobia"em razão de um projeto de lei tramita no senado federal. A parada não é mais apenas do grupo GLTB, além dos simpatizantes, havia famílias presentes também, isso me faz arriscar a acreditar que estamos evoluindo contra o preconceito. Diversidade pura. Os casais homossexuais tranquilamente caminhavam pela rua podendo mostrar que qualquer forma de amar vale a pena, em Curitiba, isso só é possível de duas formas, entre quatro paredes ou na própria parada. O evento não foi só diversão é tbm é um momento de unir pela igualdade, maravilhosa manifestação social de busca pela igualdade. Observando as crianças que estavam lá, me perguntava o que passava pela cabeça delas? Talvez cresçam com mais senso de igualdade e respeito, para elas foi uma excelente aula sobre respeito, identidade sexual e opção sexual do outro, afinal, isso é o objetivo da Parada. Viva a diversidade sexual!!!

quinta-feira, 19 de julho de 2007



" ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, pela sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar". Nelson Mandela

segunda-feira, 9 de julho de 2007

http://www.zonalibre.org/blog/mcclane/mafalda.gif
TERRORISMO
CORRUPÇÃO NA POLÍTICA
VIOLENCIA
MORTE ENTRE JOVENS
SOLDADOS DO MORRO
SOLDADOS NO MORRO
INTOLERÂNCIA
religiosa
etnica
gênero
PRECONCEITO
... o mundo está doente mesmo!
As duas postagens abaixo foram feitas pelo meu querido amigo (da onça, é claro) Jamaica. A última exalta a felicidade em não me ver por um dia, mesmo assim não ligo, afinal, a minha presença é tão querida que mesmo na minha ausência sou lembrada através de um poema.

Hoje o IDDEHA está em festa

Temos paz e alegria
Nunca tivemos paz com esta
E tanta harmonia

Ate o dia amanheceu diferente
O sol no céu brilha
Ate os pássaros estão contentes
Como nunca antes na vida

A alegria vai ate tarde
Ate o amanhecer do outro dia
Dançaremos de felicidade
Viveremos a alegria

Hoje temos que comemorar
Pois a SAMI esta ausente
Quando o amanha chegar
Tudo será diferente.

VIVAMOS O HOJE Quem assina este manifesto: Movimento mundial pela paz e harmonia no universo com apoio de 54.987.458.741.254.785.42.365.210.001.254.785.213.014.568.521 bilhões de pessoas no últimos 3 minutos.

(mais uma gracinha do Célio Roberto, vulgo Jamaica)

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Brava guerreira

Não deves fraquejar, oh gigante!
O mundo treme ao passo de seus pés
o mundo não é mesmo que antes
o mundo conheceu você, mulher!

Venha brava guerreira
Que ao som de sua imponente voz
Seguiremos firmes em fileira
Pois ao seu lado não estamos sóis!

Suas dúvidas um dia serão certeza
E elas nos serão verdade
Ddiga-as com todo firmeza
Diga-as com toda sinceridade

A sua força está na alma
Nos olhos e no coração
Os seus princípios são sua espada
Seu escudo a determinação

Venha brava guerreira
Lutar em prol da vida
Mesmo que a luta seja derradeira
Te apoiaremos, Samira!

Jamaica

Obrigada Jamaica, pelas tuas palavras!!!

domingo, 3 de junho de 2007

Homo sapiens sapiens e sub-espécies.

O Brasil é o país de maior biodiversidade do planeta. Sua macrofauna é constituída de 525 espécies de mamíferos, falarei aqui da espécie homo sapiens sapiens, anímal bípede da família dos primatas. Facilmente encontrado de norte a sul do país, nos últimos anos em razão do grande aquecimento do capital seu habitat preferido, pelo menos nos finais de semana, é o shopping center, um tipo de zoo no qual reúne a diversidade bípede.

Lá é possível observar as diferentes sub espécies existentes. Começaremos pela Penugis adolescentis, caracterizada por pequenos seres que estão começando a ganhar algumas penugens nas axilas e saem a caça de dezenas de beijos na boca. Outra espécie interessante é a Hairs oxigenatus, vítimas da negação, desfilam pelas escadas com seus horripilantes cabelos bicolores e acreditam verdadeiramente que o loiro e a luzes da sua peruca iluminam o lugar. A Botis porforis dascalcis, exclusivamente fêmeas, fashionistas de carteirinha, abafam com seu visual cowboy urbano. O Pagodisfutibolis composto por bípedes masculino procuram desesperadamente por fêmas da espécie Hair oxigenatus para reproduçao. Tamusimgrupi mas num conversmus – os seres dessa espécie saem em bando mas não interagem, sua relação é apenas com o celular. Ao redor estão os Vendedorislaçadoris predadores capitalistas, que ficam nas tocas a espera das demais espécies para, impiedosamente, dilacerar o limite do cartão de crédito. Os Minamanus – espécie exótica que usa o hip hop para se distinguir das demais. E por último o Falsectus intelectualis, tipo sem desconfiômetro, com qualidades nobres e capacidades sublimes, que vai ao shopping e depois volta para casa escrever estas bobagens.

sábado, 19 de maio de 2007

Declaração de amor à uma grande Amor!

Dona Djanira, tem 79 anos, mãe de oito filhos, vó de aproximadamente trinta netos, inclusive desta que aqui escreve, com um pouco mais de 1.50m de altura e corpo franzino é a força da família. Pessoa de respeito á muitos anos segue sua rotina passa a tarde bordando, assistindo TV, cuidando das plantas e saindo de mansinho para ir ao mercado sozinha, o que nos deixa muito preocupados mas é uma figura incrível. Essa senhora miúda, de óculos me faz lembrar muitas coisas que vivi com ela, e olha foram muitas. Seu temperamento enérgico e um humor contido me possiblitaram vivenciar situações engraçadas, interessantes, ou estressantes. Quando eu era pequena, minha rotina diária era chegar à sua casa as 10 horas da manhã querendo almoço e todos os dias ela falava a mesma coisa:
“- Não é hora de almoço” e eu saia resmungando dizendo que não apareceria por lá nunca mais,e assim foi até o dia que mudei com os meus pais e não fui mais mesmo, pelo menos durante a semana..
Por um tempo ela cuidou de mim, enquanto minha mãe trabalhava, diz ela que eu era chorona e que para dormir ela deitava comigo e segurava meu olhos, fico imaginando a cena.
Ainda sinto o cheiro e o gosto das comidas feitas por ela, dos bolinhos fritos de fubá, ou do biscoito de polvilho que ela fazia no domingo de tarde, da sopa batida no liquidificador que só ela fazia, e principalmente da mais sublime combinação - arroz com feijão que sempre foram meus preferidos.
Uma das coisas que eu mais gosto é ouvir as estórias dela, em especial aquela em que ela desafia seu pai para casar com meu avô que seria pai de seus oito filhos, acreditem oito filhos, porém o desafio não parou por aí, ao 33 anos ela ficou viúva, mas como guerreiras não enfraquecem, com força e fé ela seguiu em frente. Até hoje vejo o brilho nos olhos e o amor que ela tem quando fala do meu avô, sobre sua simpatia e beleza. Bravamente ela mantém fiel ao seu amor, e guarda no seu coração as aventuras e a linda estória que viveu com ele enquanto lhe foi permitido. Com o passar dos anos, muitas dobras ela deu na solidão para que o amanhã chegasse sem ele e suportou sua ausência que se tornou cada dia mais presente. É esse amor que mais admiro. Tenho colhido frutos com essa convivência, sua sabedoria, sua força e sua dinâmica me contagiam. Hoje com o saltinho do seu sapato um pouco gasto, ela vive tranqüila e rodeada de afeto pelos filhos. A minha vó declaro meu amor e meu respeito.

domingo, 13 de maio de 2007

Em breve ...

Logo estarei de volta com atualizações

domingo, 29 de abril de 2007

futuro do jovem no "brasil"

Bilinha, Barão, Sandro, Anderson, Beatriz estes são alguns jovens vítimas do descaso da sociedade brasileira com a infância e adolescência. Personagens reais, com uma trajetória de vida em comum, pobres, marginalizados, vivendo pelas ruas das grandes cidades, sob tutela de si mesmo, sem pai ou mãe. Pedindo esmola, comida e que estigmatizados tiveram como único ponto de apoio a droga, grande salvadora com o poder de possibilitar alguns momentos no paraíso onde a miséria e o abandono não existem.
Estes sete jovens são apenas uma amostra do perfil de outros milhares que de vítimas passam a ser os grandes responsáveis pela violência. Bilinha, Barão, Beatriz e Sandro, não estão mais aqui, sobreviventes da chacina da Candelária, não conseguiram salvar-se de seus destinos. Anderson, viveu 10 anos em um abrigo, após perder seu avô perdeu o controle de sua vida também e morreu com cinco tiros ao assaltar um supermercado. Cinco jovens com o mesmo fim a morte, e se não tivessem mortos, estariam presos.
Outros Anderson, continuam nas ruas, privados de liberdade ou envolvidos no crime e agora é por estes que devemos lutar, lutar não no sentido de isentá-los da transgressão ou livrá-los do cumprimento de medidas sócio-educativas pelos atos cometidos, mas sim lutar para garantir políticas sociais eficientes e que sejam suficientemente estruturadas para competir com o crime organizado e resgatar nossos jovens desse poder paralelo.
Porém sem considerar a trajetória destes jovens e entender que foi o descaso social que os levou a tragédia, a sociedade continua levantando a bandeira da redução da maioridade penal, acusando o Estato da Criança e Adolescente pelo aumento do envolvimento de jovens no crime, sem analisar a violência estrutural a que eles são submetidos (miséria, desemprego, falta de apoio às famílias).
A as medidas repressivas e punitivas mostram-se ineficazes, mas continuamos querendo respostas imediatas a problemáticas históricas.
- Punição já! Gritam os conservadores. Engano! não é a redução ou a construção de novas unidades de internamento que trarão a paz tão desejada. Enquanto o debate explode, as pessoas estão dentro de suas casas, cercadas por inteligentes sistemas de proteção, como se não fizessem parte do caos, vivendo com o falso sentimento de segurança. Isentam-se do mundo e essa contradição os limita a fazer uma análise parcial dos fatos, na qual a única solução apresentada é o encarceramento do jovem “quanto mais cedo melhor”
Esse sensacionalismo barato e irracional parece estar ganhando a guerra mas não será uma batalha fácil, o debate ainda não finalizou. Assim como existiu Bilinha, Barão, Sandro, Beatriz e Anderson que não tiveram a oportunidade de viver, existe Adilson, Tato, Paulo, Esmeralda, vítimas do descaso social que bravamente vencem as barreiras, saindo das ruas, das drogas e do status de “menor abandonado” e tornam-se protagonistas de sua história. Qual a diferença destes jovens? Foram acolhidos num contexto que possibilitou sua reconstrução como sujeitos, merecedores de respeito e atenção não pela sua condição de vulnerabilidade ou pobreza mas pela sua condição de Ser Humano e hoje bravamente constrõem seu caminho. Essas vidas foram despertadas para o lazer, a cultura, o esporte, e também para educação diferente de outras que, infelizmente, foram despertadas pela criminalidade. Acreditar que a juventude pobre é o algoz da sociedade, e que seu lugar é no lixo das instituições carcerárias, apenas contribui para que ele assuma o papel de criminoso que lhe está sendo atribuído. É necessário reverter essa situação, o comportamento violento e a participação da juventude em ações criminosas não se enfrentará somente com intervenção policial ou ações educacionais mas também com a difusão de uma cultura da paz através de uma linguagem jovem que promova interlocução com o imaginário da juventude.
Sami

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Retrato de uma carrinheira

Vindo do trabalho para casa, observando através da janela do ônibus o movimento da cidade, carros, buzinas, ônibus e pedestres todos envolvidos num caótico fim de tarde em Curitiba e eu com o pensamento distante, não sei o que eu pensava , talvez algo relacionado ao dia de trabalho ou simplesmente o desejo de chegar em casa e me esparramar no sofá e zapear com ocontrole da TV. De repente em um segundo de consciência vejo, no meio do transito, uma moça que disputa lugar com os carros, uma moça de estatura baixa, com braços fortes, lábios vermelhos, cabelos longos e grandes brincos, vaidosa segue seu caminho puxando seu carrinho de papel . A sua vaidade me chama atenção, ser carrinheira não a deixava menos feminina ou de aparência descuidada. Minha admiração por uma desconhecida que trasmite pelo olhar um otimismo e uma tranquilidade, não sei seu nome, onde mora, se é esposa, se é mãe ou amiga só sei que é uma trabalhadora e que com feminilidade e leveza de gestos bravamente conduz seu carrinho de papel que seguramente é o responsável pelo seu sustento. Essa é mais uma guerreira anônima que corajosamente enfrenta os obstáculos da vida.
Sami

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Lia

Lia, uma doce moça,
de olhos amendoados
e cabelo enrolado
tem dúvida sobre seu amor
chegou na fronteira da ilusão
De um lado tem Mario
seu marido um moço rude
depressivo e ciumento
que por sua insegurança acredita que Lia
nunca esqueceu João
rapaz criado no seio da alegria
levado e contemplador da beleza feminina
ele poeta e boêmio
fogoso amante
que abandonado por Lia
encontrou no descuido do amor
um casamento arranjado
por ter engravidado alguém que mal conhecia
sabia apenas seu nome, Sofia
Mal sabe Mario
que ajudava Lia
cada vez mais a viver sua doce ilusão
a de que João é dono do seu coração
Apesar de abandonar João
por este não corresponder
ao seu desejo
o sonho de Lia é retornar aos seus braços
mas seu desespero é se desfazer do seus votos
afinal ela encontrou em Mario
o homem perfeito
que foi seu eleito
para ama-la e respeita-la
como diz o sacramento
Hoje casada e no colo seu rebento
Lia fez um juramento
que abdica do seu amor por João
porque tem obrigação de fazer Mário feliz
enquanto seu coração
desfalece, desfalece de paixão.
Sami

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Rio: a Cidade Maravilhosa e seus contrastes





"...A cidade. Vista do Alto ela é fabril e imaginária, se entrega inteira como se estivesse pronta. Vista do Alto, com seus bairros, ruas e avenidas, a cidade é o refúgio do homem, pertence a todos e a ninguém. Mas vista de perto, revela o seu túrbido presente, sua carnadura de pânico: as pessoas que vão e vêm que entram e saem, que passam sem rir, sem falar, entre apitos e gases. Ah, o escuro sangue urbano movido a juros "(A Vida Bate – Ferreira Gullar).


Estava voltando para casa do trabalho e meu cérebro parecia um turbilhão de idéias e pensamentos, pensando, pensando e pensando sobre minha viagem ao Rio, cidade maravilhosa com uma beleza natural, quase uma Babel pós-moderna, onde o carioques se torna tímido ao meio das diferentes línguas que nessa cidade aterrissam em busca da beleza, da alegria, e do calor: são franceses, americanos, alemães, espanhóis, argentinos e muitos outros.
Uma cidade de beleza mas também de pobreza, com toda a grandiosidade de uma metrópole é impossível dissociar das imagens da favela, do vendedor ambulante, dos moradores de rua. E eu tentando me distrair com toda a imponência da capital que cresci vendo apenas através da grande tela, e ao mesmo tempo em que o encanto me tomava por passar pelos lugares antes só conhecidos pela novela não consegui tirar os olhos da vida oposta, a miséria que envolve a cidade, o descaso com pequenas atitudes:
Andar por Ipanema no final da tarde vejo apenas os sinais de um dia cheio, mais um dia de praia cheia pela areia vejo papel, coco, latinhas de refri e cerveja completando a paisagem, onde está a Copacabana e a Ipanema do meu imaginário construído através da TV, nada muito diferente do Piscinão, a única coisa é que estamos na badalada e nobre zona sul. E apesar de vivermos no século 21 alguma semelhança com o Rio Imperial não é mera coincidência, “os negros estão lá, me disseram que são livres”! mas não sei, estão morando na rua ou no morro, passam o dia vendendo o biscoito globo.Chego à praia alugo cadeira e guarda sol, e para meu mal estar não sou eu que a carrego e sim um jovem e belo negro, que vem atrás de mim monta meu acampamento e sai me dizendo que se precisar é só chama-lo imediatamente o que vem na minha cabeça é uma ilustração no meu livro de história do colégio “O nobre” e logo atrás seu pajem negro carregando suas bugigangas, 119 anos depois me vejo representando aquela figura que tanto me impressionou pela sulbaternização. Dizem que são livres, mas até que ponto? São explorados até pela terceirização dos serviços oferecidos na praia. Fui comprar um milho.
-Custa 2.50
-só tenho 2.00, não faz por esse preço:
- não posso moça, o carrinho não é meu.
Aí descubro que na praia existe a tercerização gastrônomica, há os empresários do carrinho de milho, do salgado, do sanduíche, do chá mate, até dos alugueis da cadeira e do guarda sol.
Andar no Rio não é só contemplar a beleza ou se indignar pela pobreza, mas resgatar parte da história, estar na Cinelândia ou na Candelária é imaginar e sentir o clima da passeata dos 100 mil, o maior protesto contra a ditadura militar, assim como a comoção de 50 mil pessoas que saíram as ruas pela morte do Estudante Edson. Lugares profanos e sagrados, profano por ser o espaço da violência, da chacina contra os jovens e sagrado por serem os lugares onde de forma concreta ocorreram manifestações e conflitos sociais em busca da liberdade e da cidadania.
parece que estabeleci uma relação dual, um misto de alegria e dor, penso que por lá tudo é dialético, é tese e é antítese... é a riqueza e a pobreza, é a dura batalha pela sobrevivência mas com a leveza de viver no Rio e serrrrr carioca, e de amar de coração a sua escola de samba e é isso que fez aceitar meu sentimento, um misto de prazer e desprazer.

Sami

Cidade Maravilhosa - parte II





Deixando de lado meus pensamentos sociológicos e filosóficos existenciais sobre o Rio, me rendo a maravilha de contemplar paisagens tão lindas.



Cidade Maravilhosa - parte I


Nem tanto ao mar, nem tanto a terra, o Rio apesar de naturalmente belo, tudo é dual, a riqueza e a pobreza estão muito juntas, diferente de Curitiba(onde perifericamente a esconderam) lá a pobreza escancara esta visível aos olhos. A favela compõem o interessante e injusto contraste entre o belo e o feio, pobre e rico e se inclui no espaço urbano. É o morro do Vidigal vizinho do badalado Leblon, ou a bela Ipanema dividindo o espaço com o aglomerado morro do Canta Galo.

Show do Chico





Inesquecível, emocionante.... assim foi o show. Quando Chico parece que a platéia foi tomada por um êxtase, os aplausos não paravam, e hipnotizado ficou quem estava lá, não sei o que aconteceu (tem coisas não se explicam através da razão). Catarse geral, histeria coletiva. Sem duvida, foi o melhor show . Chico não se ouve, nem se assiste mas o SENTIMOS. Ele circula livremente entre o cult e o pop, quem mais consegue expressar de forma tão sensível as diferentes facetas da vida, a dor e amor, a fantasia, a traição, a exclusão.

domingo, 15 de abril de 2007

Encontro em Sao Paulo



Amor e amigo em todos os segundos, companheiro de aventuras e em minhas amarguras. Humor afiado, silencio eloquente, rapaz doce e sereno, meu ponto de equilibrio.

Inicio

Parafraseando Clarice Lispector:


"Aqui nem tudo que escrevo resulta numa realização, resulta mais numa tentativa. O que também é um prazer. Pois nem em tudo eu quero pegar. Às vezes quero apenas tocar"